A Madrugada É Material Mutagénico
Um deus espirra uma incerteza e nasce um poeta, cheio de
vazios e outros desvios
Que levam a
lado nenhum, onde o mais profundo da alma se encontra com as chamas
Embriões de
infernos como
os de Dantes e os de agora, que são os mais reais,
Mais que a
vizinha do andar de cima a aspirar o leite de mais um achado no bar da esquina,
Que só se
imagina como
será, um dia um encontro no elevador e o hálito a desconhecido,
Seria mais
certa a canonizacão de Chuck Norris que acender mais uma fogueirinha no
Vaticano,
Chega de
queimar bruxas para cobrir múmias de poderes invisíveis, tanto desperdício
Onde não há
carne e a carne tão vazia, pede uma e outra, todas as esferinhas tailandesas
A tornarem-se
versos, numa desfermentacão de vinho para uvas, umas gota de água benta
Na cara em
forma de ejaculação acumulada pelas obrigações tântricas pelas semanas
Das
semanas, até à libertação das DSTs pelo corredor de merda dentro, como uma benção
Irónica, ou
uma maldição bem intencionada, dá-me um beijo, pede depois do espirro
E a sua
boca ainda adstringente onde futuros se sacrificam pela excitação da humilhação,
Quem diz
deus, diz deusa e é indiferente qual o espasmo que expele, às vezes vomita
E mais um
poeta, daqueles que passa a vida a digerir-se em versos para meter nojo ao
mundo
Que já por
si repugna, espera o último autocarro, pode ser que já não haja luz naquela
janela.
10.03.2013
João Bosco
da Silva
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