Não peças mais do que isto, um alçapão para o infinito, um
padre crente e um deus bêbado,
Tudo o resto é consentimento de cornos, desconfia dos vinte
cêntimos que encontras no
Passeio e da legitimidade de uma saudação, ignora o sorriso
dos desconhecidos no bar, são
Todos fugitivos de um manicómio para doenças psiquiátricas do
futuro, não peças mais nada,
Já tens granizo de chumbo para tempestades e um sofá
abandonado no meio daquele
Descampado para os lados onde ninguém te encontrará a asfixiares
no teu próprio vómito,
Não esperes boa vontade, ou favores sem favores, tudo, mais
cedo ou mais tarde, irá cair-te
No cu e será pago com humilhação e louvores, esquece a
devoção, deus trai mais do que uma
Puta de aldeia no dia da festa no palheiro do patrão do pai,
não arranques cabelos, tudo o que
Tens são os primeiros segundos para te fazeres valer, às
vezes duram pouco, não sacudas a
Areia da ampulheta, não sejas tão exigente, chama-lhe
gatinhar se preferires, mas evita pôr-te
De pé, ninguém diz que não a uma boa mamada ou a uma língua
transmutadora de todos os
Valores, que no fim de contas não valem nada, empunha a garrafa
como uma espada, poderá
Não te salvar, mas ao menos fecha-te os olhos e abre-te um
abismo ao lado, e a garganta,
Agora vai e não percas a chave, destas só encontrarás em
cemitérios ao lado de velas extintas.
Torre de Dona Chama
12.06.2013
João Bosco da Silva
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