Insónias Em Garrafas
Vazias
Ninguém acredita que como tapas às quatro da manhã com muita
cerveja
E o Hemingway a medir o peso dos seus tomates com unidades
de coragem
E machismo, eu ganho-lhe sempre, estou vivo, tenho o tomates
cheios
De ressentimento e passo pela pior guerra de todas, a que
travo todos
Os dias comigo mesmo, nem quando durmo tenho descanso, quem
diria que
Um puto tão sossegado, engulo mais uns goles, deixo garrafas
espalhadas
Pelo caminho que ninguém lembrará, morto, tudo, até a
coragem, os
Tomates mais secos que o bacalhau da Noruega, por isso
invejo a barba
De Dostoievski ou a de Whitman, enquanto a verdade fermenta
na forma
De quem teve uma guerra mais íntima e todas as noites tinha
a morte
Nas mãos, eu estive lá, naquela carne rejeitada pelas
guerras, sem
Amor, mentira para roer até a fome desistir também, traições
contadas
Como se possível também nos olhos reais, há muito que fica
por dizer
Por pena, mas mais fica por dizer por medo, toda a gente
sabe que
A maioria dos heróis nunca o foram por falta de testemunhas,
durmam
Todos os génios enquanto todo o armamento dorme na companhia
de
Toda a energia potencial e o medo de falar em público, leva
o
Cheiro de uma cona nos dedos, ou a certeza do cheiro depois
da
Apresentação da alma dissecada, para poderes dormir sem medo
no
Teu esperma derramado no granito irmão do que me pariu, longe
de
Todos os sonhos boreais, onde se espera o degelo como a
vida.
19-02-2014
Coimbra
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário