O Sabor Do Mijo
Enquanto retraia o prepúcio numa mija no bar, lembrei-me da
primeira vez
Em que mijei na minha boca, com um jacto forte, quente,
jovem, limpo,
De uma gaita imberbe, nas traseiras da escola da aldeia na
quarta-classe,
Que rebeldia, e a gaita tesa pela hóstia de Domingo desconsagrada
no sangue,
Era pecado de certeza, como pecado era abrir as beiças das
coleguinhas
E beijar-lhes o grelo mal lavado e grelado nas casas de
banho e o esfreganço
Com ou sem roupa, dependendo da estação e dos irmãos delas,
Um gajo vinha-se em seco, uma espuma tímida quanto muito,
seminal,
Provavelmente inócua, mas cheia de vício original, nada se
sentiu romper,
Só aquela dor depois do gosto e ela e dizer que se não
continuasse
Não voltava a pinar com ela no mini abandonado na eira do
avô,
Era gosto, orgasmo primordial, depois eram as punhetas
debaixo da carteira
Que a professora tolerava com muitos descruzares de pernas,
diziam que gostava
Mais de foda que acordar cedo para dar aulas a garotos à
geada na aldeia,
Agora o jacto em frente, expulsando o excesso de cerveja
enquanto se procura
Em cada cerveja o sabor da primeira, comprada a meias com os
primos
Na tasca da aldeia e bebida no curral das vacas enquanto as
bostas
Caíam como sonhos esquecidos à força no chão sem palha que a
água e o mijo lavaram.
Turku – Brewdog
12.01.2016
João Bosco da Silva
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