domingo, 21 de abril de 2019

Matraquilhos 

Desculpa-me a pressa de matraquilhos naquela noite de fim de verão, 
Não esperava que me sossegasses tão rápido na tua boca vizinha 
E me sorvesses todos os futuros que nunca nossos, arriscados à beira rio, 
Parecias um ilusionista a fazer desaparecer multidões por vir, 
Não tinha muito a dizer-te e menos a ouvir, os grilos davam-me sede 
E tu sabes que nunca nos demos bem sem o balanço do cio 
E o embalo do tesão, mas desculpa-me a pressa de matraquilhos 
E a escassez de um abraço quando tu já me tinhas abraçado 
Com tudo o que no teu corpo capaz de envolver, como se realmente 
Me amasses, ao ponto de me pedires para me vir no teu cu, 
Depois de já me teres engolido a alma toda. 

Turku 

21.04.2019 

João Bosco da Silva 

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