Aquele Quarto Na Escuridão
Ainda sonho com aquele quarto onde nunca entraste,
Cheio de vergonha, solidão e o cheiro azedo do esperma
Envelhecido que as paredes escondiam, os dias pareciam cair
Como o pó dos séculos e do silêncio absoluto
Espremiam-se as violências dos vizinhos,
Cobria a cor da vergonha com esboços apressados de sonhos de mãos fechadas,
As manhãs pareciam nunca ter mais que a luz de um sol de Janeiro,
Mesmo nos quarenta graus de febre, de um verão de ruína,
Ainda sonho com aquele quarto sempre cheio da tua ausência,
Com a igreja em frente, bela como o acordar de um pesadelo de Inverno
E acordo sem levar o dinheiro ao senhorio cheirando a fritos,
Como se com isso nunca lá tenha vivido na companhia do pó.
Viena
16.04.2019
João Bosco da Silva
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