Palavras
As palavras são como fronteiras, linhas que limitam o real,
São nadas fora da nossa cabeça de aquário, eu sou poeta
E sei que a palavra amor pesa tanto como a palavra merda,
Ou ar, nada, é o que as palavras são, mais vale um murro na mesa,
Uma dentada, uma foda aniquiladora e insignificante,
Que todos os poemas, geralmente um poema, não passa de um eco,
Um vazio esforçado em ocupar outro vazio, uma ausência,
Um ranger de dentes que ninguém ouve, sou poeta
E sei que as palavras não valem nada, no entanto, são muitas vezes,
Tudo o que nos resta, como fingir acreditar numa mentira.
Turku
26.06.2019
João Bosco da Silva
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