sábado, 31 de agosto de 2019

Canícula 

Uma sombra abafada no aperto da canícula, 
Essa promessa tão bem mentida, os galhos quebrados 
No silêncio que ninguém julga, tudo seca ao Sol, 
Tudo apodrece anónimo, todos sonham a vida dos outros 
Em pesadelo, nada serve aos egos insuflados 
Pelo ressentimento das escolhas impostas 
Pela pobreza de espírito, a estas horas mortas, 
Onde vibram asas de zinco, chupando um sangue 
Inútil, só a solidão cantada no galinheiro vazio, 
Refresca o cansaço de uma alma que há muito 
Perdeu ilusões de luz e eternidade. 

Torre de Dona Chama 

30.07.2019 

João Bosco da Silva 

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