sexta-feira, 5 de junho de 2020


Misery

Toda a gente gosta de nos reconhecer a miséria,
Vi que caíste, espero que as feridas curem bem,
Sinto muito pelo teu cão morto, também tive,
Como estás nessa tua infelicidade, espero que bem,
Que a madrugada te alivie o desespero, ou não,
Sempre silêncio na felicidade, parece que nunca
Ninguém vê quando finalmente conseguimos algo
Extraordinário, olhamos em volta e nem uma testemunha,
Como se nunca tivesse realmente acontecido,
Já que a felicidade só existe quando partilhada,
Raramente existe, sempre que caímos,
Há sempre um caralho que vê, sempre,
Um sorriso alimentado pelo nosso falhanço,
Nunca ninguém vê as nossas asas de cera, antes de derreterem.

05.06.2020

Turku

João Bosco da Silva

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