quarta-feira, 10 de junho de 2020


Sonho

Depois de um regresso atribulado à cidade escura,
Quem me esperará, que sonho tomará conta desta chuva,
Aproveito para chorar e não sei bem porquê,
As ruas vazias, ninguém me espera, nem tu nem ela,
Devo ser apenas uma foto esquecida num livro a estas horas,
Os filhos parecem crescer da distância de velhos amantes,
É mais fácil chorar em sonhos, volto-me quase acordado,
E tu corres para mim, sorris-me com o casaco vermelho,
Abraças-me como um Sol quente e nem me importo
Que não sejas realmente tu, os carros passam húmidos,
A chuva pára e uma gaivota voando perto da janela aberta
Acorda-me a vontade do café, o Sol ilumina o ainda fresco
Beijo que me deste antes de partires, logo regressarás.

Turku

10.06.2020

João Bosco da Silva

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