sábado, 20 de fevereiro de 2021

 

María

 

Passa o suicida a unha nos ossos do cordeiro,

Iluminados pela Lua, tumba de todos os heróis,

Cantam as rãs com fúria, a ruína e o fastio,

O vento dos vencidos, destroçado no esquecimento

E na vergonha de um cadáver, deus é um nada idiota

E a poesia é o cadáver de um naufrago,

É a serpente que cospe esplendor na miséria

E no esperma, é o soluço de medo,

De uma boneca num jardim incendiado.

 

Olhava (comboio)

 

18.02.2021

 

João Bosco da Silva

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