Ecos Psicopatológicos
Talvez só goste do verão, porque me traz os verões
Que passaram, acho que sempre amei o perdido,
Os amores quando distantes, a vontade do impossível
E sempre me foi mais fácil entregar-me ao imediato
Que me traz uma amostra do que realmente desejava,
Ecos, amo penas ecos, só da queda me nasce o desejo,
Sempre demasiado tarde, estavas sempre com a última,
Diziam-me, este verão que saboreio como um eco,
Será no futuro, também ele, uma memória trazida
Pelo ondular das searas futuras, pelo cheiro dos morangos
Maduros, vendidos por adolescentes que mal nasceram,
Então conseguirei gozá-lo, toca-lo a uma distância
Em que sinta penas a sua doce impossibilidade.
Helsínquia
07.07.2021
João Bosco da Silva
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