segunda-feira, 12 de julho de 2021

 

Ecos Psicopatológicos

 

Talvez só goste do verão, porque me traz os verões

Que passaram, acho que sempre amei o perdido,

Os amores quando distantes, a vontade do impossível

E sempre me foi mais fácil entregar-me ao imediato

Que me traz uma amostra do que realmente desejava,

Ecos, amo penas ecos, só da queda me nasce o desejo,

Sempre demasiado tarde, estavas sempre com a última,

Diziam-me, este verão que saboreio como um eco,

Será no futuro, também ele, uma memória trazida

Pelo ondular das searas futuras, pelo cheiro dos morangos

Maduros, vendidos por adolescentes que mal nasceram,

Então conseguirei gozá-lo, toca-lo a uma distância

Em que sinta penas a sua doce impossibilidade.

 

Helsínquia

 

07.07.2021

 

João Bosco da Silva

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