Despertar
Dizes que me sentes pulsar dentro do teu cu,
Aí verto o sangue turvo dos dias parados,
E saio refrescado, ofegante do mergulho,
Não demoro em adormecer, um sonho vazio,
Até ao arranhar dos limpa-neves na manhã branca,
E acordo com uma fome de veludo,
Os lábios ainda manchados do velho tinto,
Regressas do banho, como se houvesse sol no dia,
Mas o dia cinzento, e sobre o meu corpo,
Nua, sinto o mundo que me aceita,
Cabelo lambido por cabras, hálito de pesadelo,
Eu inteiro, imperfeito e em queda.
Turku
22.01.2022
João Bosco da Silva
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