Delírios pós-Moderna
Naquele quarto das vergonhas, em casa da avó, nos anos
noventa,
Com a montanha onde o Sol se esconde no horizonte de testemunha,
Todos os aviões perdidos, preso num lugar como no passado,
Contigo, o meu desejo à primeira vista, na cama voltada para
a janela,
Elevo-te as pernas, puxo-te as calças de yoga até meio das coxas
E enquanto me sorris, entro em ti, ouço então o pinchavelho
da porta
Que se abre e logo uma procissão de recriminações bípedes,
Menos aquele colega que migrou para a Lapónia, vestido
Com um fato-macaco cor-de-laranja, finalmente conseguiste
bandido,
Merda, estou num sonho, vou acordar longe, continuarás apenas
um desejo.
Turku
13-01-2022
João Bosco da Silva
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