Exercício de Nojo
O asco de mais um dia vazio caminhando em direção a nada,
Queimar o tempo como se tira um cabelo do ombro de alguém,
Esperar numa queda constante que ao menos sol e nem a neve pega,
Como o desejo que subitamente desaparece e não se sabe sequer
De onde nasceu, a casa vazia, a bênção amaldiçoada do silêncio
E da solidão, maior asco o de escrever um poema como os dois dedos
Em pinça que pegam no tal cabelo, quando a vontade era de morder
O corpo todo com a força de todas as ausências que crescem no futuro.
05.02.2023
Turku
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário