O Fim da Inocência
Julguei-me poeta, mas afinal não passava de uma remelosa
Musinha de província, com o brilho do esmalte da juventude
Ainda na pele, não era mais que um fanboy que fumava
cigarros
Sentado no passeio à porta do restaurante antes do almoço,
Com o bolso cheio de certezas rabiscadas num sismo que
Ninguém consegue sentir, isto fui até que os cabelos brancos
Rasparam o esmalte e o brilho tornou-se em pó e cansaço
E as palavras o mesmo arremesso baço que pouco alcança,
Quando é ao vazio das estrelas que se almeja, julguei-me
poeta,
Afinal apenas carne, criada ao ar livre, que devia ter sido
abatida
Antes de perder a frescura.
Turku
07/06/2023
João Bosco da Silva
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