Conversa com Poeta Distante
“o homem aponta o
brilho instantâneo do mar
ali mesmo se desfaz a
eternidade”
Raquel Nobre Guerra
A estas horas, não é tinta que traça estes versos,
É a última luz do Sol que este dia verte sobre o azul
E os sonhos desfeitos pelas mãos do homem,
No meu copo não há senão gotas dessa luz
Que os deuses nos permitem a troco de quem sabe,
Tudo, mas tudo é apenas uma cortina que cobre
Por um momento o Sol, que logo se revela eterno
Nos nossos olhos pequenos e o corpo que é carne
E promessa, de pestilência e podridão,
Recebe estes pedaços de eternidade, mais sagrados
Que o pão duro de todas as variadas religiões
E outros sem sentidos, o sol, não tarda, recolhe-se
Para preparar mais um dia, como se todo o futuro
Coubesse atrás dos montes desta pequena ilha,
O ar arrefece e no ar as memórias da juventude
Que nos trouxe ao sublime pleno deste instante.
Symi
13/06/2023
João Bosco da Silva
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