segunda-feira, 11 de março de 2024

Eterno Degelo

 

Que dizem do gelo as estrelas

E da profundidade maligna dos sonhos,

A lama repetente dos desejos,

A fome de loucura e luxúria,

Conta-me tempo, do canibalismo

Símio dos profetas, palitando dentes

À sombra de figueiras e catástrofes,

O ritmo é lento e o erro certeiro,

Gelam as mãos ainda,

Tudo aos poucos se revela

Como um maldito amor moribundo.

 

Turku

 

11/03/2024

 

João Bosco da Silva


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