Ciclo de Krebs
Na tua boca o esperma inconsequente dos dias,
Uma fartura de mel e leite nas manhãs azedas,
As folhas apodrecem com a mesma vontade dos homens,
Agarram-te as garras de uma vontade estéril,
Como o é a luz sem a promessa da podridão,
Choves cá dentro, tantas foram as vezes em que
Me deixei cair num colapso de abismo por ti adentro,
Foram tantos os futuros que não chegaram,
Brilhará ainda no silêncio dos teus lábios
A confusão que fomos enquanto a lua decidia quem seria
O último a arrancar o olhar da despedida,
As folhas despegam-se como um lenço de papel
Atirado à pressa pela janela, contudo este é
O primeiro Outono que vejo como aquilo que é,
Não o fim de um ciclo, mas o início de uma renovação.
12.09.2025
Turku
João Bosco da Silva
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