Liberdade
a Christopher McCandless
Não sei o que me dizem os olhares silenciosos,
Que se cruzam comigo sempre que estou na rua.
Não me chamam pelo meu verdadeiro nome,
Não sabem o meu real tamanho, mas continuam a afirmar,
Que eu isto e eu aquilo, quando eu nada do que dentro deles.
Não me dizem para ser livre,
Dizem-me que esperam que eu seja assim e de outra forma,
Porque esperam que assim seja,
Como se deuses, eles todos, uma massa a fazer de deus,
A enganar-me com um livre-arbítrio falso,
Quando só posso escolher entre o que eles oferecem.
Não sei o que os olhares esperam,
Não sei por que eles esperam algo de mim,
Eu que não lhe vivo dentro.
Querem que eu preto ou branco,
E eu cinzento no vazio dos seus olhos sem fundo,
Que não conseguem reconhecer a minha cor real.
Não sei o que me dizem aqueles dedos barulhentos,
A desenhar no ar realidades que não exitem,
Que não podem existir.
Não me apontam para o caminho que eu quero,
Eu que não quero nenhum caminho,
Não quero ter que escolher,
Simplesmente porque não tenho que escolher.
Continuar está bem, basta a interrupção inevitável.
Cumpri com o que esperavam
E nunca me senti fiel aos meus desejos,
Cumpri e nem os conhecia,
Aos dedos, aos olhos, tantos, a fazerem de deus,
De lei que não está escrita em nenhum lado,
Nem faz sentido algum,
Mas tem que se cumprir,
Porque assim esperam.
19.03.2010
Savonlinna
João Bosco da Silva
a Christopher McCandless
Não sei o que me dizem os olhares silenciosos,
Que se cruzam comigo sempre que estou na rua.
Não me chamam pelo meu verdadeiro nome,
Não sabem o meu real tamanho, mas continuam a afirmar,
Que eu isto e eu aquilo, quando eu nada do que dentro deles.
Não me dizem para ser livre,
Dizem-me que esperam que eu seja assim e de outra forma,
Porque esperam que assim seja,
Como se deuses, eles todos, uma massa a fazer de deus,
A enganar-me com um livre-arbítrio falso,
Quando só posso escolher entre o que eles oferecem.
Não sei o que os olhares esperam,
Não sei por que eles esperam algo de mim,
Eu que não lhe vivo dentro.
Querem que eu preto ou branco,
E eu cinzento no vazio dos seus olhos sem fundo,
Que não conseguem reconhecer a minha cor real.
Não sei o que me dizem aqueles dedos barulhentos,
A desenhar no ar realidades que não exitem,
Que não podem existir.
Não me apontam para o caminho que eu quero,
Eu que não quero nenhum caminho,
Não quero ter que escolher,
Simplesmente porque não tenho que escolher.
Continuar está bem, basta a interrupção inevitável.
Cumpri com o que esperavam
E nunca me senti fiel aos meus desejos,
Cumpri e nem os conhecia,
Aos dedos, aos olhos, tantos, a fazerem de deus,
De lei que não está escrita em nenhum lado,
Nem faz sentido algum,
Mas tem que se cumprir,
Porque assim esperam.
19.03.2010
Savonlinna
João Bosco da Silva
Li duas vezes, fui pesquisar quem era o senhor. Depois, liguei jazz no rádio. Uma coisita muito bem feita e tocada.
ResponderEliminarTens de me explicar este texto mesmo que eu saiba o que queres dizer ...
Não é muito difícil, é apenas sobre a "Liberdade". O Alexander Supertramp buscou a liberdade extrema, libertou-se de todos esses olhares, dos dedos a apontar direccões que querem que tomes e todas as falsas opcões obrigatórias, por isso lhe dediquei o poema. Abraco
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