Aquele Homem Que Viu
Não interessa! Não interessa mesmo, agora só infinito
E nada, porque tem que ser e afinal estava certo.
Ele o saberá, ele já o previa, ele já não sabe nada,
Não fosse o papel marcado pelo brilho das suas sinapses,
Que ainda nos ilumina a cegueira.
Aprendemos alguma coisa? Não?
Só nos resta ressuscitar o que ficou escrito, ouvir as palavras mudas,
Chorar lágrimas inúteis, gritar ao deus surdo, cego e mudo,
Aquele que alguém inventou para vendar a dor dos olhos,
Para enganar a humanidade garota, agarrada a tradições de garrafa de refrigerante.
Não interessa, agora nem o branco leitoso, agora só a escuridão que ninguém vê.
Quem dará voz ao mortos, quando deus nunca nos criou?
Quem fará do povo um, pelo oceano fora, quem irá agora fazer a autópsia do povo vivo?
Fecham-se os olhos, não se calam palavras de quem viveu de olhos abertos,
Por isso não interessa. Não interessa! Só a prova de que afinal estava certo,
Por isso não saberá que estava certo.
Dói, dói mesmo, mas isso só aos que cá ficam,
Sujeitos a analgésicos ridículos de almas fracas e finitas,
Com ilusões de eternidade.
A carta lá estava em cima da mesa e neste dia, muita gente morreu,
Muita gente quando uma só se resignou à vontade do coração cansado.
Foi esta a última viagem, mas não interessa,
Foi única e gloriosa. Quem não acordou é porque nunca nasceu de verdade.
Resta ter pena, resta sentir que algo nunca mais,
Algo em nós menos e palavras que ficam, como ecos de uma vida merecida,
Que nem a morte calará, essa filha da puta que tem a mania do silêncio.
O nome?Não interessa! O homem cá esteve, entrou em nós
E tristes dos que só são tocados pelos nomes. Nomes não morrem,
São frios e repetem-se. Não interessa, agora, neste momento,
Sei que a razão disto tudo foi por sonhos de loucos.
A morte não interessa! Espera-nos a todos, mas nem todos vivemos acordados.
Dorme bem, ó Grande! Dorme bem que agora és do tamanho da eternidade
Debaixo da vida que plantaste em folhas verdes.
19.06.2010
Savonlinna
João Bosco da Silva
Não interessa! Não interessa mesmo, agora só infinito
E nada, porque tem que ser e afinal estava certo.
Ele o saberá, ele já o previa, ele já não sabe nada,
Não fosse o papel marcado pelo brilho das suas sinapses,
Que ainda nos ilumina a cegueira.
Aprendemos alguma coisa? Não?
Só nos resta ressuscitar o que ficou escrito, ouvir as palavras mudas,
Chorar lágrimas inúteis, gritar ao deus surdo, cego e mudo,
Aquele que alguém inventou para vendar a dor dos olhos,
Para enganar a humanidade garota, agarrada a tradições de garrafa de refrigerante.
Não interessa, agora nem o branco leitoso, agora só a escuridão que ninguém vê.
Quem dará voz ao mortos, quando deus nunca nos criou?
Quem fará do povo um, pelo oceano fora, quem irá agora fazer a autópsia do povo vivo?
Fecham-se os olhos, não se calam palavras de quem viveu de olhos abertos,
Por isso não interessa. Não interessa! Só a prova de que afinal estava certo,
Por isso não saberá que estava certo.
Dói, dói mesmo, mas isso só aos que cá ficam,
Sujeitos a analgésicos ridículos de almas fracas e finitas,
Com ilusões de eternidade.
A carta lá estava em cima da mesa e neste dia, muita gente morreu,
Muita gente quando uma só se resignou à vontade do coração cansado.
Foi esta a última viagem, mas não interessa,
Foi única e gloriosa. Quem não acordou é porque nunca nasceu de verdade.
Resta ter pena, resta sentir que algo nunca mais,
Algo em nós menos e palavras que ficam, como ecos de uma vida merecida,
Que nem a morte calará, essa filha da puta que tem a mania do silêncio.
O nome?Não interessa! O homem cá esteve, entrou em nós
E tristes dos que só são tocados pelos nomes. Nomes não morrem,
São frios e repetem-se. Não interessa, agora, neste momento,
Sei que a razão disto tudo foi por sonhos de loucos.
A morte não interessa! Espera-nos a todos, mas nem todos vivemos acordados.
Dorme bem, ó Grande! Dorme bem que agora és do tamanho da eternidade
Debaixo da vida que plantaste em folhas verdes.
19.06.2010
Savonlinna
João Bosco da Silva
Português, esta noite sonhei contigo.
ResponderEliminarEstavamos em Savonlinna.
Não havia neve mas estava frio.
E íamos juntos para o Hospital, a pé.
Tenciono voltar :)
Muito bom!
ResponderEliminar