Quase Interseccionismo
No Báltico
Convencem-se
que são os únicos cujas boleias são pagas com lábios à volta da sua vergonha,
Tantos a ser
engolidos pela mesma boca católica em carros trancados, antes de chegar,
Vêm-se tão
rápido, porque são os únicos, a sueca segreda com os lábios no lóbulo que
Quente e
porra, nada disso, bêbedo minha filha, tu de onde és com a mão onde já
Nem me
sinto, o mundo oscila e é o excesso de mentira, pecam os poetas por dizer
Que é poesia
a verdade que tentam confessar de forma subliminar, sublimação do tudo
Que desejam
num corpo curto e nem que a vida a eternidade, tanta coisa impossível,
Por fazer
até o infinito mostrar o fim da sua braguilha e abrir o final e provar tudo em
contrário,
Não, as
sardas não me tatuaram olhares, só os lábios abusadores na pele cansada de
nomes
Esquecidos e
futuros possíveis onde mora o esquecimento do que nunca se conheceu,
As portas
fecham-se, as calças apertam-se e ninguém quer ser mais um, todos um a menos,
Brinquedos
de quem julgamos mais ricos, de espírito, às vezes, prostitutas famintas de
alguém
Que nos faça
sentir fora de nós, que nos arranquem um pouco de nós, depois que nos cuspam,
Que nos limpem,
mas que não nos esqueçam, a sua face em todos os copos vazios,
A inocência
na qual se quis acreditar a ser real ainda na memória de alguém que nos morreu,
Foi mais nós
que outro alguém, um sonho, mais real que a carne nórdica que nos cospe
Na sanita de
uma casa de banho pública e não se sabe bem, se se vomita a ela própria também,
Um nojo
imediato aquele desejo de saia pronta para uma língua bífida pelas pernas
acima,
Esquecem-se
as conquistas mais barulhentas, mas nunca o silêncio de uma derrota.
04.06.2012
Turku
João Bosco
da Silva
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