Quase Poema Sobre Poeta
Perguntam-me se conheço nome e eu respondo quem é, que não
estou a ver, é um poeta de uma
Terra pequena que não assume como sua, premiado com um nome
de uma escritora morta qualquer,
Isso dos prémios é uma questão de concorrer, e engulo que
não participei naquele prémio, por exemplo,
É jovem, dizem-me, queixam-se que eu sou demasiado jovem,
trabalha noutra coisa além de escrever,
Quem quer morrer de fome, admira-me que o tenham deixado
entrar na sopa de letras, geralmente
Não aceitam omnívoros, entretanto lembro-me de um poema
sobre gaivotas, areia, algo que me aborrece
Imenso, não me reconheço nos espelhos dele e com ar de
ofendido, como se estivesse a ser ingrato
Ou presumido, despedem-se de mim com prontidão. Obrigado,
mas sou um poeta que se alimenta
De abismos e os abismos são feitos de sombras, deixem-me
habitar nas sombras e ignorar os que são alérgicos ao anonimato.
31.10.2013
Turku
João Bosco da Silva
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