Pacotes De Leite Mediterrânico
Fabio, porque sois todos iguais, não sei se é por seres
francês, quase a vomitar na língua,
Mas deixo-te desviar as cuequinhas húmidas para o lado no
canto da escuridão do barulho,
Espreitam por detrás dos ombros da vergonha, engolem como
um desabafo a aproximação
De uma liberdade pesada na almofada onde de manhã a máscara da
noite apagada,
Um abraço de rotina, para manter a boa fama, todos iguais,
vós, o namorado a estranhar,
Ficar até tão tarde, depois do turno da noite do hotel
entrar no da manhã, ele a espremer o
Tempo nas pernas que passam e nas que se lhes abrem, latas
de cerveja a povoar a mesa,
Nunca tinha feito isto e até é amor, é, é a magia dos Fabios
que são todos iguais,
Vendidos por febra e uma descarga de todo o catecismo às
urtigas, fodas no adro da igreja,
Desfarda-se, cobrindo os speedos com vergonhas maiores, uma
camisola de uma equipa
De NBA só porque é a moda da praia, a velha alemã geneticamente
modificada por
Engenheiros nazis, leva as mamas demasiadamente
proporcionais às nádegas da idade
Que à volta dos olhos como nas árvores os anéis, lixada e
polida pelo Sol dos países
Conquistados à força política e da economia pseudo livre de
mercado, esmagadoramente livre
E absorvente, uma afronta à osmose, a areia que engole a
saturação do escarro e outros
Desprezos salpicados, todos, uma questão de influência
gladiadora, eu sou legião, tenho-o dito,
Uma das engolidas por bárbaros germânicos, aqui não se
discute, são distúrbios motores
Na língua, demasiados cunnilingus na época dos bancos de
jardim ou punheta depois
Da missa de Domingo para purificar o corpo depois da alma fumada
e curada, mais fome
Do que as chamas que se imaginam, nós pobres Fabios, tudo se
transformou, não fomos
Criados assim, tanta obsessão com o pecado, teve que
fazer-se merecer tanta culpa tatuada
Na inocência dos que nasceram por pecado e em pecado,
sorriem e já adivinham o jacto
De esperma nos dentes bem cuidados, na palidez da sua
qualidade de vida que trata
A miséria por pesadelo, os padrões sempre foram o seu fraco,
fácil de adivinhar o púbis
Bem aparado, depilado ou não, a cor real que escondem no que
mostram, todos iguais,
Vós, Fabios, quase virgens quando cai em cima de vós a
responsabilidade de um tesão
Sempre pronto para tanta puta, sei que és fácil, a lavar
pratos com as nádegas
Engordadas com fast food, para a fast foda, esquecida do exército
americano,
Do soldadinho meant to be, encornado, das lições de
kickboxing, tão submissa agora,
Também com o, não sei se é por seres francês, ou lá o que
aquilo é, por ter provado
Vinho francês e conhecer somente mais o californiano,
queijo, azeite, pão fora de embalagens,
De forma orgânica e irregular, é uma visita à Torre Eiffel,
ajoelha-se e desaperta a braguilha
Numa retribuição brilhante, mas com muito dente à americana,
comemos cavalo por vaca,
Pérolas para porcos, a enfeitar o azul daqueles olhos
patrióticos, a mão encontra o desvio da
Careca e ou suor ou uma prontidão eficaz que promete somente
madrugadas e ressaca,que
Passará muitos anos depois, dos anos que ainda quentes, na
ressaca se escreve ainda,
Sem dores de cabeça, só a melancolia do sabor que se lavou
mastigando dias, todos iguais vós,
E eu nem Fabio sou, cresci a carne de porco das matanças de
Inverno, provei pizza só
Depois dos dez e antes, pensava que eram omoletes, agora
ovos e gemadas na certeza
Estereotipada de tudo o que é estrangeiro e ignorante,
acabe-se já a Peroni, a cinta descaída,
Os calções até aos lábios maiores, a tinta também, que até o
Miller se cansou de tanta foda
No vazio, tanta página em branco preenchida com a solidão
trazida pela humidade que passa.
Rimini
28.07.2013
João Bosco da Silva
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