Pão Fiambre Queijo Pepino
Não interessa que cheire a mijo e pão fresco na esplanada da
Pastelaria, nem que os idiotas se reproduzam ao ritmo das
pombas
E comparem os grandes futuros que lançam na podridão de
Séculos, quanto mais parvos, mais alto falam, não sei como
Conseguem engordar com a dieta de telenovela de manhã
À noite, mas sobra-lhes tempo para cobrirem as pregas de
mania
E olhares onde não está ninguém, carros estacionados,
Mas nada disto interessa, não desde que hajam as palavras
Terríveis das que as mães se queixam, não são para elas, nem
Por elas, são as hóstias que consagram os dias do inferno,
A água benta que lava os intestinos saturados de lixo, o
cérebro
Atulhado de merda, não interessa o pançudo com o carro a
condizer,
Que conhece toda a gente e não reconhece ninguém, não
interessa,
Enquanto houver fome e páginas em branco para essa fome,
Haverá sempre salvação, não interessa que se aprove uma taxa
Para o ar, ou que obriguem o aborto a quem não tiver um
salário
Capaz de permitir direitos fundamentais, como um BMW, não
interessa,
Tudo está bem desde que haja pão de forma, fiambre, queijo e
pepino.
Coimbra
16.10.2013
João Bosco da Silva
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