A Sombra Do Silêncio Em Tábua Rasa
Que esperas ouvir do crepitar dos ossos esquecidos pela
carne que lhes pesou,
Nas horas em que te deixas embebedar pelos luares do
desespero e chamas à solidão
Uma forma de arte, ou essencial à identidade, quantas vezes
o espelho não te reconheceu
E vias pouco além do desconhecido que te tornaste, não te
percas em paragens demasiado
Familiares, o desencontro mora onde se costuma descansar e é
sempre demasiado tarde
Para recomeçar a palpitação do coração que se cansou de
tanto desistir, come pétalas,
Mas nunca conseguiras absorver a efemeridade da beleza, come
momentos, nada te alimentará
Mais a melancolia que te atormenta os dias que sentes,
presentes, há quem se tenha
Envenenado com cor, outros com a lucidez extrema ao ponto de
uma loucura sóbria
E aceite pelos rebanhos mais violentos, que esperas ouvir da
ressaca do incêndio,
Da sombra da tua felicidade quando os joelhos se confundem
com o chão e o futuro,
Boceja enquanto for legal e ridiculariza-te antes que alguém
o faça por ti, ninguém mais
Tem o direito de te conhecer melhor do que tu mesmo, abre as
mão e não tenhas
Vergonha do orvalho que escondes nas unhas sujas da
infância, a sinceridade nunca
Foi polida, o olhar é mais claro quando fica pela confiança,
descansa que o teu ombro
Já somou favores suficientes, já mereces uma vela nas noites
escuras, mas cuidado.
25-01-2014
Coimbra
João Bosco da Silva
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