Calças Brancas
Enquanto houver putas
no mundo, o dinheiro terá sempre poder.
Provérbio possível
Os anos luminosos das calças brancas, gloriosos, exagerando
na duração de uma horas
Bem fodidas, diferentes calças, no mesmo Verão do ano da
graça dos inibidores
De recaptação de felicidade, os orgasmos eram demolidos com
vontade de dinamite
E uma boca tão seca que as calças brancas tinham que cuspir
nela para ajudar na
Transferência entre os pares de lábios, o melhor mesmo era ir ao encontro das calças brancas,
Encurtar a distância passo a passo, tornar o calor da carne
próximo e possível, real,
Construir lentamente o seu tamanho verdadeiro, a sua textura
na proximidade dos olhos
Num dia de Sol, sempre prontas a escorrer pelas pernas
abaixo, revelando todos os medos
E segredos óbvios em forma de gemidos e promessas de curta
duração, quando o Sol já
Se punha e se desmontava ou a manhã chamava para as
obrigações inventadas,
Ou lá ia eu e elas ficavam em cima de uma cadeira, ou
esquecidas no chão,
À espera de outro que as libertasse do seu trabalho, o de
inventar vontades,
Tela pronta para ser ejaculada, respeito cuspido com todo o
poder do desprezo,
Certeza de durabilidade negada pela vontade das sombras
interiores nos meses de luz,
Calças brancas e tudo o que revelando, elas escondem e
esconderam, ou fingem esquecer.
Turku
05.06.2014
João Bosco da Silva
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