Um Nela Outro No Tapete
“I think sometimes of
all good
ass
turned over to the
monsters of the
world.”
Charles Bukowski, Burning In Water Drowning In Flame
para a Ana B.
Era a segunda vez que a via, tinha uns dezanove anos e
parecia ainda fascinada
Pela vida na cidade e ainda se sentia livre, tinha vindo ter
ali porque sabia
Que eu lá estava, as mamas pareciam maiores do que realmente
eram, é o importante,
Tinha bebido, eu mais, disse que não podia demorar porque
tinha um amigo
A dormir no tapete em casa dela à espera, então tinha que me
despachar,
Era difícil falar com a música, melhor, haviam mais olhos,
enquanto a olhava
Nos dela ela desvia o olhar para os meu lábios e leva logo
com o que pediu,
Fingiu-se surpreendida, mas confessou ser o que estava à
espera, sim,
Estava a ver que nunca mais, saímos os dois do club até um
beco escuro
E quase escondido, encosto-a a uma caixa de electricidade,
exploro-lhe a pele,
O tamanho real das maminhas até lhe chegar com o dedo ao
grelo, aí
Ela realmente se sente surpreendida, como que se lhe tivesse
ligado
Um interruptor qualquer, fazes isso tão bem, deixo-a a
escorrer, acredito que
Estivesse a ser sincera, meto-lhe a gaita nas mãos que ela
agarra com voracidade,
Bate com força e a um ritmo perfeito, quase me faz vir
contra o seu púbis
Rapado há uns dias, sei que naquele momento alguém deve
estar a pensar
Em mim, ou não, sei que não tem a minha gaita na mão, também
sei que há
Cães em tapetes e outros sem tanta sorte, sinto perto um
gato a saltar
De um caixote do lixo, sinto o cheiro azedo do mesmo
caixote, misturado
Com o aroma da cona pronta para a foda, custa-me a manter o
leite
Longe dela, no hospital ali perto alguém muito verde agoniza
com uma
Barriga colossal cheia de líquido, posso ser eu daqui a uns
anos, foi alguém
Que me morreu na infância e com ela, aproxima a glande dos
lábios
E esfrega-a neles, deixando-a lubrificada e pronta para a
penetração,
Engulo em seco, lembro-me do cheiro a cera nos cemitérios e
de como
É pecado pisar nas campas, então a gente começa a sair do
club,
Quebrando o transe, vamos até aquele adro foder, temos que
foder,
Não podemos ficar assim, apertamos as calças e então os meus
dois amigos
Vêm ter comigo, bêbados, fica com os teus amigos, eu tenho
que ir,
Agora já não ficas só, tenho o meu amigo em casa à espera,
Não insisti, para alguém esperar no tapete, tem que gostar
mesmo
E é triste, acabei a noite de manhã numa padaria a comer pão
fresco
E beber cerveja com os padeiros e os dois amigos, com os
tomates inchados
E tive pena do que a esperou deitado no tapete, que era
amigo,
Espero que não tenha adormecido com fome, eu nunca mais a
vi.
Turku
19.09.2014
João Bosco da Silva
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