Após Cinzano E Evangelhos Segundo Anos 90
Os dedos depois cheiram a azedo e o copo de vinho tinto com
as luzes apagadas
Não se vê até se sentirem as meias molhadas se te descalçaste
antes de entrar,
Se não, é porque não entraste em casa de botas de elástico
ou no norte,
O resto é apenas fascínio ou tendência pelo relativamente
mórbido,
Já morreste, perguntar-te-ão, e o teu tamanho dependerá do
tamanho do silêncio,
Em vida, houve gente que teve o trabalho de me transcrever,
não foi mau,
A maioria morre sem que um pensamento seja transferido seja
da forma que for,
Mas há os génios que são inventados por necessidade ou pura
propaganda,
A Rússia está a acordar, outra vez e é Inverno, o Napoleão e
o amigo não-alemão
Ainda se lembram, só os pequeninos cheios de tomates
aguentaram a pastilha
Pesada da massa, no fundo todos procuram apenas uma rima, ou
uma cona,
Que não lhes lembre da mãe, precisam de encontrar uma vagina
mutagénica,
Bandeira branca, um dia, sentirás deus nas cuécas e o
cemitério será
Tão excitante quanto um caixote do lixo ou um saco de
estrume,
A tua própria morte será demasiado pesada com o peso do
infinitamente
Não tu, depois dos vinte e mais que sete e oito, mais uma
punheta será
Uma vitória barata, menos uma nota roxa também não será
assim tão mau
Se embalares o míssil em direcção à erudição transcendental
da foda
Sem idioma comum, percebes, não, não leias mais, santa pu
rificadora
Das tuas frustrações ao lado do autoclismo, engole então os
sofismas,
Admira as eulógias de quem sempre conheceu paralelos,
continua
A evitar o poder de quem caminhou no sangue e corpo do
golem,
Tu que por bruxa, sempre te quiseste freira ou uma merda
mórbida qualquer.
A estas horas não acordes, continua a fumar e a escrever
para a admiração
Dos hereges, convencidos do seu lugar ao lado de lado nenhum
na verdade.
11.11.2014
Turku
João Bosco da Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário