Americana
Os tempos de incendiar peidos e escrever cartas de amor depois
de bater
Punhetas à pala de filmes encontrados em cima do guarda-fatos
dos pais
Dos amigos em alemão já lá vão, agora esperam filhos para
substituir
Sei lá quem, não, nem vai lá com poesia duvidosa,
desrespeitando
A, não me lembro, que raio, não interessa, perdeu o gás esta
merda toda,
É melhor deixar andar quem tem certificado para poder,
mortos
Todos, apodrecendo, porque caralho não arranjais um trabalho
decente,
Seja como for, não vou longe garoto, dizem os corvos e
outras aves
Sábias, nunca aprendi a tocar outro instrumento além disto e
o prepúcio,
Abraças-te envolvida em tatuagens que parcialmente fodi,
Lembras-te, depois de a esfregar na tua excitação, enfiei-ta
no cu,
Nem precisei de ter andado pelos montes em busca de restos
da minha alma,
E agora estás casada, tens filhos, morres como eu, mas preocupas-te
E não consegues aguentar isso de fingires todos os dias que
és feliz,
Cada vez pareces mais cansada, já não partes costelas nas
noites de geada
Só porque esperas mamar num elevador duvidoso, faltam aqui
figuras
De estilo, mas também, ninguém me toma por poeta, sou só um
cabrão
Que verteu esperma na areia de ilhas quase africanas em
tempos
De iluminação, agora toda a gente é feliz após muitas
fraldas e países,
Eu continuo a destilar álcool em versos, chegando a lado
nenhum,
Morrendo a cada poema, como se a alma fosse algo com
salvação possível.
Turku
11.11.2014
João Bosco da Silva
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