Ilha Em Fomes Alheias
A noite estava a queimar nos lençóis o excesso de álcool e
cafeína,
No fim de contas só se estavam a justificar o coração a uns
120bpm, numa madrugada só a enrolar lençóis e confrontar
paredes que aclaram,
Torna-se muito mais difícil passar o tempo, mas com uma gaja
que está há mês
E meio à procura de trabalho para o noivo na ilha, o tempo
voa,
Contam-se os orgasmos, é uma batalha, ainda não, pá, que
queres, é a vodka,
Ou o rum, que se misturava com a areia e tornava os encontrões
nas paredes
Duros, eu vou contigo até casa, abençoada, outra, sevilhana,
ficou para o Natal,
De manhã era, como caralho estou aqui, nesta cama quase
familiar, com lençóis
De semanas, sabe-se lá que variedade genética se poderia lá
encontrar,
A luz negra neles seria um crime, e por fim, depois de o
jogo estar perdido
Por muitos, sujaste-me toda, nas nádegas, pois foi, que a
gaja era uma esquisita
E chupava como quem sopra numa ferida infectada e porque o
grelo lhe exigia
Retribuição das avalanches que lhe derrubavam os joelhos,
O colega urso dormia, de boca cheia ou barriga juntinha às
nádegas peludas de alguém,
Isto é um poema, não, é esperma seco na areia da praia ao
amanhecer.
Turku
29.09.2015
João Bosco da Silva
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