E hoje que te podia contar tanto quanto o que as unhas
agarram dos dias
E não tenho palavras que morem nos abismos dos lábios,
Estou encarcerado nesta espera sem vez à vista, já incarnei
em tanta carne
E cada vez mais me afastei de ti e do fim dos tempos, o café
já não arrefece mais,
Torna-se nos cristais de açúcar que espetavas na ponta dos
dedos
E olhavas com a doçura de uma boneca partida e eu queria ser
aquela
Pequena dor que te rasgava um pouco a pele, não interessa
que não te voltes
Quando te peço um último olhar na despedida, basta-me beber
as últimas gotas
Do teu caminhar pela rua suja fora até virares a esquina
como da última vez.
Turku
23-04-2016
João Bosco da Silva
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