Mesmo no Inferno
haja ao menos
grilos.
Pousa o pardal
na cadeira -
turista cansado.
Sobre mim caem
as maiores ondas -
sentado.
Em frente à biblioteca
de Adriano -
polvo no prato.
Se fechas a mão
perdes
o Sol.
Apesar da distância
estamos
no mesmo minuto.
Sal areia
cus gordos
e aborrecimento.
As cigarras nos pinheiros
o cheiro quente
da adolescência.
Cantam as cigarras
nasce um tesão
adolescente.
A cor natural
da paz
este azul.
Parte o barco -
quem não irá
sozinho?
Nos gatos vadios
um monge -
pinheiros gregos.
Esperar uma vez mais
pelo favor
da distância.
Até a simpatia
tem horários
a cumprir.
Que solidão impossível
nesta beleza
imensa.
Sobre um céu
fresco
ilhas flutuantes.
A lentidão do barco
o azul dourado
a minha calma.
Gotículas de Egeu
na minha pele -
frescos diamantes.
Partir ao pôr-do-sol -
morna melancolia
dourada.
Apodrecem os limões
à espera da janela
que não abrirá.
Atenas-Agistri, Julho 2019
João Bosco da Silva
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