Às nove da manhã o carro da fruta anuncia nomes estranhos a cinco reais,
Mal consigo imaginar as formas, nem tento adivinhar o sabor,
A boca seca da cachaça e a lua cheia não me permitem sequer o gosto daquelas palavras,
Dormi mal, às quatro da manhã o vizinho tossia e tranquei a porta do quarto
Depois de dar uma vista de olhos ao portão da rua, sentei-me na sanita uma hora
Com o Bukowski ao colo, o mundo parece acabar todos os dias
E agora à uma da tarde os grilos parecem ser a única eternidade possível.
São Paulo
12.03.2020
João Bosco da Silva
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