sexta-feira, 29 de maio de 2020


Só Mais Uma Enquanto o Povo Dorme

Tenho a felicidade a dormir, saberá qual é o prazo de validade do desejo,
Quantas ejaculações duram um amor, amores interrompidos são eternos,
Tivesse eu mais cigarros e queimava esta madrugada como fodia quando jovem,
A eternidade é como os pássaros que regressam na primavera,
O amor é como o breve impulso que nos leva a saltar da ponte quando garotos,
Parece haver sempre mais uma página em branco, só mais uma transgressão,
Sempre há mais um último pecado, nem que reste apenas a vontade de o fazer,
Tudo caduca na vida se não for queimado antes do prazo de validade,
Conservado como uma Pompeia, que visitamos como turistas,
Quando na verdade nós, aqueles corpos tão familiares como o sono.

Turku

29.05.2020

João Bosco da Silva

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