Arco Branco Em Camisola Vermelha
O que fica de nós nos outros, na camisola vermelha que se
esqueceu
E nunca se lavou, desde que deixaste a minha vida, uns centímetros
abaixo do umbigo,
Uma mancha branca em arco, tu, uma das vezes em que entrei
em ti,
Tu, aquele arco branco, agora algo que secou e se esqueceu
no armário
E a memória não deixou lavar, tu engolindo a minha fome de
ti
Com uma sinceridade cremosa na vontade, tento lembrar-me da última
vez
Em que vesti aquela camisola, onde moram ecos dos teus
gemidos,
Mas não me lembro, não me lembro sequer quem eras tu, que
agora
Um arco branco à altura da braguilha numa camisola vermelha.
Turku
04.07.2020
João Bosco da Silva
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