sábado, 4 de julho de 2020


Arco Branco Em Camisola Vermelha

O que fica de nós nos outros, na camisola vermelha que se esqueceu
E nunca se lavou, desde que deixaste a minha vida, uns centímetros abaixo do umbigo,
Uma mancha branca em arco, tu, uma das vezes em que entrei em ti,
Tu, aquele arco branco, agora algo que secou e se esqueceu no armário
E a memória não deixou lavar, tu engolindo a minha fome de ti
Com uma sinceridade cremosa na vontade, tento lembrar-me da última vez
Em que vesti aquela camisola, onde moram ecos dos teus gemidos,
Mas não me lembro, não me lembro sequer quem eras tu, que agora
Um arco branco à altura da braguilha numa camisola vermelha.

Turku

04.07.2020

João Bosco da Silva

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