sábado, 4 de julho de 2020


Vendedoras de Morangos

Vendem ilusões maduras, fruta da época, nos dias quentes do verão nórdico,
Suas gotas de suor descendo a pele dourada, são as estrelas cadentes
Da minha adolescência em Agosto, quando saem da água fria dos lagos,
As suas virilhas têm o cheiro do ondular dourado de uma seara madura,
Ainda têm o mundo nas mãos de quem há pouco cedeu a inocência
À vontade do corpo, essas vendedoras de morangos, pequenos sóis
À sombra de tendas de cores quentes, fosse eu jovem e admirava-as
Com a mesma distância, sempre fui um covarde com mais olhos que barriga
E a poesia isto que me entretém os dentes da vontade.

Turku

26.06.2020

João Bosco da Silva

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