Quase Poema
Só os vivos são capazes de poesia, de palavras vivas,
Encontram o calor do sol no gelo de dezembro,
O amor nas lágrimas de um lenço, mas quem raios usa lenços,
De papel são as promessas, como o mesmo gelo,
Que depois da hora do almoço já pinga em aborrecimento,
Só os vivos são capazes de poesia, por isso não sei como
Ainda consigo sacrificar mais uma memória
E fingir um poema, perguntam-me há quantos anos
Sou velho, digo que devo ter recebido uma alma em segunda mão,
Se ao menos conseguisse encontrar beleza no vazio
De um coração como no de uma bilha de gás.
27.11.2020
Turku
João Bosco da Silva
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