quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

 

A Cor Do Rio

 

Não me lembro da cor da água do rio, naquela tarde de verão,

Lembro-me da aproximação ingreme das fragas abertas pela corrente

E os anos, lembro-me do brilho do Sol na água e dos teus olhos nos meus,

A irmã mais velha, fosse a cor da água a que fosse, estava-se bem

Ao teu lado depois do mergulho, não me lembro do que falamos,

Mas nada me pareceu mais importante e ao fim da tarde, quando o pó

Se despedia e os montes se pintavam de ouro vermelho,

Olhei as minhas mãos e pela primeira vez vi que eram as mãos de um homem.

 

Turku

 

10.02.2021

 

João Bosco da Silva

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