Searas e Sémen
Para
a Cátia,
Uma seara dourada atravessada por uma estrada estreita
Em direção a uma aldeia cujo nome esqueci, tu,
Serás sempre jovem naquele verão em que te gravaste
No meu hipocampo com o sal da tua pele bronzeada,
O desejo não cabia no teu pequeno carro,
Estava quente a tarde, o teu peito pedia a amplitude
Das searas e a contenção desregrada das minhas mãos
Que fingiam uma experiência que a fome desmentia,
Serás sempre jovem enquanto os verões
Continuarem a amadurecer o cereal e os teus filhos
crescerem,
Enquanto neste sol de julho eu puder fechar os olhos
E entrar uma segunda vez em ti, sentindo ainda quente
Do meu corpo, jorrando de ti, o meu primeiro esperma.
Turku
14.07.2021
João Bosco da Silva
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