Invicta
Tinha recebido há uns meses, naquele mesmo
quarto alugado,
Uma galega e uma trasmontana, ambas vestiam
Calças brancas quando me esperavam em frente ao Hospital de São João
E fodemos até à exaustão e à hora da última carreira,
Era agora Julho e eu afastava-te as nádegas e vinha-me
No teu olho do cu, à noite sairias de casa rua acima,
Guiada pelas lágrimas, não sei por que crueldade
minha,
De manhã compraria pão fresco na mercearia da Rua Tua,
E brincaríamos aos casais felizes, inocentes como uma
manhã de sol,
Despedi-me de ti na Praça da Galiza, engolia as
lágrimas num silêncio
Certo do amor e dos cornos, estaríamos meia década
juntos,
Entretanto a mercearia fechou, a juventude passou
E do amor resta apenas um eco familiar e vazio.
Turku
26.03.2022
João Bosco da
Silva
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