Haikus Árcticos
Mesmo que me levante
do banco de madeira
dançam as chamas.
Olho a lareira
o crepitar
ecos do passado.
Acender o lume
ou descascar batatas
que fazer primeiro?
Sobre a mesa
sal e copos vazios –
que cansaço esperam?
O mar e a neve
envolvem o perigo
com beleza.
Fim da tarde
a lareira
continua apagada.
O silêncio de madeira
desta cabana
uma companhia.
O silêncio de madeira
desta cabana
ocupa a noite branca.
Sobre a lareira
uma mandíbula
dialoga com uma vela.
Silencioso
na sua eternidade
o lago Pyhä.
Deste lado da montanha
diriam
que o dia é sombrio.
Deste lado da montanha
não se imagina
o belo dia de sol.
Como a neve é a paixão
revela-se quando derrete
a merda de cão.
Serpenteando no céu
da noite gelada
um rio esmeralda.
Pyhätunturi, 02/2022
João Bosco da Silva
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