O Teu Aniversário Visto por IA
A cera escorre pelas certezas abaixo, abrasadora como o
feitiço
Dos primeiros amores à geada, depois dos verões parecerem
A vida antes do anjo vir expulsar os comedores de maçãs
proibidas,
A distância é um cavalo veloz, uma ferida sagrada que te
lembra
De que cada galope o último, morrer no inverno, levar os
ossos
Gelados pela eternidade fora, um nunca mais num copo cheio,
Tudo inútil como a folha que a neve conservou até à primavera,
Nada mais resta, ser tocado pelos amieiros rio abaixo,
Rasgando e poluindo tudo à passagem desnecessária da carne,
Um morcego capturado na confusão de salmos e sermões
De aldeia, morto na sanita e sepultado nas fragas de granito
Onde escorpiões vagueiam à noite sob mimosas e outros
invasores,
Hoje o teu aniversário e não se decide se o sonho foi
acordado
E a coragem ainda impossível, como cera escorrendo à geada.
28.01.2023
Turku
João Bosco da Silva
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