Insustentável Degelo
O rio continua congelado, nenhuma primavera
Parece possível, as que foram não serão,
As que serão não estão, o silêncio cobre as recordações
Que os fumos de alheias fogueiras trazem
À distração de um olhar, mais profundo é o rio
Na sua impenetrável consistência de pesadelo
Que se aceita como acordar em mais um dia,
Longe da amargura de todos os amores apodrecidos
Debaixo de macieiras no fim de outono,
Continua congelado o rio e viver tornou-se num mau hábito,
Que por não haver mais nada, se tolera.
05/03/2023
Turku
João Bosco da Silva
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