Regresso a Simi
No alto do monte, uma fileira de moinhos
Cariados pelo desuso e o esquecimento,
Quase no topo a suposta tumba de um rei,
Ambos olhamos desta janela a bandeira
Dum pequeno barco de pesca
Enquanto ouvimos Luis Bacalov
Que dá ao ar a textura do fim de verão,
Há um ano escrevia um poema
Sobre a tumba desse rei e uma ovelha
Que jazia morta à sua sombra,
Hoje nos teus olhos vejo o movimento
Da pequena bandeira, de todas as bandeiras,
A passagem pelos astros, a nossa imensa
Insignificância capaz de ecoar numa amostra
De eternidade, nos teus olhos tudo
O que passou e passará, num silêncio
Puro, sem fronteiras ou língua.
Simi
05/09/2024
João Bosco da Silva
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