domingo, 26 de outubro de 2025




Sunday Morning

 

Nos meus sonhos ecoa o rugido de um tigre moribundo

Escondido nas sombras dum beco de uma cidade caída

Na decadência suja do progresso negligente,

Escuro como um Novembro nórdico, os sorrisos um silêncio

Típico da época, és um espelho partido onde se reflectem

Multiplicados por mil os fracassos que dizem formar uma alma,

E lá ficaram esquecidas numa lavandaria em Laos

As promessas que um dia sujas de juventude e cio

Vontade que se invaginou num delírio psicótico de melancolia patológica

Que todas as manhãs tentas alegrar com o tamanho ridículo

De um comprimido, como se o sol entre o polegar e o indicador

Antes do primeiro café da manhã cair violentamente

Na fome deixada pelos sonhos na fragmentação que te tornaste.

 

26.10.2025

 

Turku

 

João Bosco da Silva


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