Ovos, cães e poetas
Os cães ladram e parecem-me gente a ralhar,
Aquela miúda ou a mãe abandonada,
Com aquela casada com o homem no Luxemburgo
Ou lá onde está
E a estas horas nunca houve nesta terra uma pastelaria
E o Cesariny já dorme.
Os santos olham ávidos os dedos que abrem segredos
E orações e convulsões
Na escuridão de uns lençóis húmidos,
Frustrações de santas que esta noite
Sem maridos nem bancos traseiros de carros abandonados,
Choram, choram desesperadas vulvas sedentas.
Deste lado só tinta escorre como o sangue
De uma desculpa sem sangue,
Porque os anos tornam a vontade azeda.
Todos os amigos são Gregory Corso
E eu um traído por desconhecidos,
Quando os cães ralham e me parecem gente a ladrar.
08.10.2010
Torre de Dona Chama
João Bosco da Silva
Ando com as leituras dos blogs todas atrasadas :S mas prometo que vou actualizar isto tudo :)
ResponderEliminarBem, quanto ao texto, voltaste à cidade homem e ela é triste, tão triste!