XXVI
Quando estiveres cansado do calor,
Do vermelho dos olhos fechados,
Do corpo suado e do ar parado
Do meio da tarde, não desesperes.
Quando o horizonte parecer
Não conseguir encontrar nitidez
E a cabeça estiver para desistir
Do sol violento, não desesperes.
As primeiras chuvas não demoram
E quando as primeiras gotas começarem a cair,
Não virão sozinhas e trarão frescura,
Farão regressar o verde,
Darão vida ao ar,
Esculpirão novos horizontes
E tu irás esquecer-te do desespero
Que quase te enlouqueceu
E com algum tempo
Voltarás a desejar tudo
O que a chuva levou.
Turku
15.03.2011
(António Montes)
João Bosco da Silva
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