Perder Tempo
Acorda-se
numa casa vazia quando a manhã já traz os cheiros da hora do almoço, aquece-se
O café já
frio, abre-se a porta e bebe-se o Sol lá fora, com um livro que ficou a meio há
sete
Anos, porque
há sete anos tudo estava presente, todo o passado nas mãos a ser trocado por
Chegar a
esta manhã que quase no fim, cada palavra tem um sabor demasiado claro e podiam
Ter sido
minhas se tivessem passado por mim na forma das coisas que passam por nós,
Mas só o
gato da minha irmã ainda passa, o pêlo amarelo na minha perna e assim, sentado,
Espero por
companhia enquanto arrefeço novamente o café com goles lentos, enquanto a
Fome me dá
sinal da proximidade da ausência, porque estar perto é de todas as formas não
Estar e uma
casa vazia é igual a todas as casas vazias, mas um livro que se deixou a meio,
Poderá ser
bebericado até ao fim, aquecido ao Sol da solidão de uma manhã invulgarmente
Quente de
Dezembro, enquanto se espera que este tempo perdido encurte um pouco mais
A distância
próxima da ausência e traga quem nos dê um Bom Dia aos ouvidos e aos lábios
famintos.
24.12.2012
Torre de
Dona Chama
João Bosco
da Silva
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