O Último Em Børs
As estudantes passam com a sua admiração por vacas que já
apodreceram há muito e eu,
A ficar mais loiro por dentro, escondido atrás dos óculos de
sol e cara de vai-te foder, vou-te foder,
Dá cá mais cinco e eu sem dar nenhuma, és giro e obrigado,
voltem sempre, fosse isso moeda
Da troca, não é Ginsberg, e tento regressar ao postal para o
poeta e mais uma circunvoluções do médico
Com cheiro a guerra e ditadura, tenho um presidente que
ainda mija na cama com medo a bruxas
E mesmo assim o Sol ainda me abençoa com uma luz de lés a
lés, enquanto a minha pele
Ainda cheira ao sangue de quem mal consegui adiar um fim
triste como todos os fins, a esplanada
Enche-se de cães e o Bukowski ignora os cagalhões no passeio
onde outros cagalhões passam com uma
Bebedeira inútil, sem papel, caneta e dois dedos de
inquietação, mais valia, mas realmente,
Não vale a pena, há Sol e amores que empalidecem os anos que
os mataram em sofás solitários,
O amor aguenta o peso da leveza, mais que isso é
arrastamento e cabelos brancos que se agarram
Aos dedos da mania, esquecem-se todos os pedaços de gente
que passam sem nomes, apenas,
Que cu, grandes mamas a latejar, até mais um gole afogar
tudo e envelhece-se mais numas horas
Do que o que se percebia nos anos primeiros, perde-se sempre
que se ganha o que nunca é verdadeiramente
Nosso, mas mais nós, tirando-nos pedaços do original, que
nunca foi, apenas menos gente, uma
Multidão suportável que nos viu mudar as fraldas e enjoar em
viagens pequenas, o mundo acaba
Mais uma vez e tudo fica igual à estranheza de tudo.
Turku
16.05.2013
João Bosco da Silva
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